Sigo o teu cheiro, o teu
toque, o som que nos rodeia
Sinto cada passo como se
fosse estranho para mim
Entrego-me a ti e ao nervoso
miudinho que me serpenteia
Aprecio o momento antes que ele acabe aqui
Oiço o estalar da folhagem
como se fossem memorias
Sinto um cheiro estranhamente
familiar
Coro ao perceber que a
folhagem tem fragmentos das nossas historias
E quanto as tento agarrar
desvanecem-se devagar
Pequenas pequenas pedrinhas
no chão
Todas elas mascaradas do
sentimento mais ingénuo
Troco o norte com o sul e sim
com o não
Por mais um momento que será eterno
O objectivo passa por seguir o caminho de olhos fechados
Confiar
cegamente no que esta para chegar
Sentir o
toque de todos os segredos guardados
Ter a sensação
do não conhecer este lugar
No final
percebe-se o sentido da palavra confiança
Percebe-se
como o toque e o cheiro vão mudando ao longo da vida
Porque tudo
o que acabara, ainda tem uma faísca de esperança
Porque todo
o caminho, no final tem uma saída
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