terça-feira, 14 de julho de 2020

❤️ AMOR ❤️



Tudo começou no início daquele verão. Ele, filho da terra que voltava sempre durante as suas férias e ela, rapariga da cidade que descobriu aquele pequeno pedaço de paraíso por acidente. Naquela tarde, ele estava apenas a apreciar a única coisa que até aquela altura lhe roubava o fôlego...o mar. Mas isso estava prestes a mudar e ele nem se apercebera disso!! Quando ela se aproximou e gentilmente lhe perguntou qual era o nome da pequena praia diante deles, ele congelou!!! O mundo parou de girar, o sol deixou de emitir calor, o oxigénio fugiu e ele corou. Aos olhos dele, era a mulher mais bonita que ele vira até àquele momento. “– Ela é linda..”, deixou ele fugir baixinho. “- Sem sombra de dúvida”, concordou ela achando que ele estava a falar da dita praia. Ao ver a gafe que tinha cometido, tentou remediar a "asneira" que tinha feito, rapidamente e de maneira meio atabalhoada, disse que a praia se chamava "Amizade". Que na verdade não era o nome real da praia, visto que ele o inventara à pressa pois tinha ficado demasiado envergonhado para dizer o verdadeiro nome daquele recanto idílico. Ela achando alguma piada à maneira como ele reagira e algo satisfeita com a resposta dele, apresentou-se e ali ficou com ele mais uns minutos à conversa, sobre aquela que seria a sua nova praia favorita. Os dias foram passando e os reencontros aconteceram se não todos os dias, pouco faltou. A química entre os dois era mais que evidente aos olhos de toda gente que por lá passava naquele cantinho plantado à beira mar, mas eles teimavam em não o aceitar!!! Ela porque jurara nunca mais se apaixonar e ele porque tinha medo de nunca mais a conseguir largar! Naquela que seria a última noite dela junto à "Praia da amizade", havia estática no ar. Haviam combinado passear pela praia depois de jantar, naquela que seria a despedida dela. O céu estava estrelado como nunca antes ele tinha visto, e era algo lindo de se ver. Mas isso não era o suficiente para o distrair daquele aperto no estômago que sentia. Ela por sua vez estava nostálgica mas ao mesmo tempo triste com algo que ele não conseguia perceber. Enquanto caminhavam os dois em silêncio junto à água, o céu estrelado deu sinal de si. Uma estrela cadente de proporções quase bíblicas rasgou o céu em direção ao mar, caindo na linha do horizonte, até onde a vista conseguia alcançar. Nesse momento, por instinto, ela agarrou a mão dele com força, e ele ao sentir a mão dela na sua, apenas sorriu. Ela olhou para ele e perguntou se ele tinha pedido um desejo... Aquela estrela cadente havia sido o incentivo que lhe faltava. Acenando com a cabeça, olhou-a nos olhos, encheu-se de coragem e ainda com a mão dela na sua, roubou o beijo mais sentido que a história de todos os contos românticos já vira. Ela por sua vez, deixou fugir uma lágrima e...correu. Correu em direção a casa como se aquele beijo tivesse sido uma faca cravada no coração. Ele não dormira naquela noite...teria sido um erro ter roubado aquele beijo? Teria sido cedo de mais? Tarde demais? Quando ele foi para o quintal, para tomar o pequeno almoço com a mãe eram quase horas de ela apanhar o autocarro para possivelmente nunca mais voltar, e isso partia-lhe o coração! A mãe dele, sabendo de quase tudo e vendo a cara dele apenas lhe disse.. “- Filho, tens de tentar perceber o que está a acontecer...Olha que essa rapariga é muito mais de que uma amiga e não a vais querer perder!”. Os olhos dele encheram-se de água. “- NÃO PERCAS MAIS TEMPO! VAI!” E ele correu. Saltando por entre os muros das casas dos vizinhos e usando os velhos atalhos que só os locais conheciam. Qual atleta dos 100 metros, qual carapuça! Os pés dele mal tocavam no chão e ele quase voava. Quando o coração quer, tudo é possível...ou quase tudo... Quando lá chegou, o autocarro tinha acabado de arrancar, e ele, quase sem folgo correu atrás, e correu, e correu, e correu...até ficar sem forças. As vizinhas que o viam das janelas das suas casas, susteram a respiração, o dia aos olhos dele ficara sem cor. Ofegante, de mãos nos joelhos, sem forças e de coração partido... ele tinha falhado miseravelmente. Até que sentiu uma mão no seu ombro. Endireitou-se a custo, e quando o fez ouviu uma voz tremula ao seu ouvido.... “- Amor...o nome da praia é Amor.” Ele não se conseguiu conter! Virou-se, beijou-a e chorou... Ela por sua vez, abraçou com todas as forças que tinha, para nunca mais o largar. As vizinhas aplaudiram e o dia voltou a ganhar luz. E assim começou a história de amor mais bonita que aquela Vila já vira.
AMOR  <3 

1 comentário:

  1. Oh João! Não consegui resistir e também deixei fugir uma lágrima. Que lindo! Nem tenho palavras a não ser de incentivo. Tens um dom isso é certo. ❤

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